Páginas

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

DJ de 7 anos faz sucesso ao abrir shows do sertanejo Luan Santana

Vini Santana já tocou para um público de 40 mil pessoas.
'Sei mixar e contar batidas', diz o disc-jóquei mirim de Itapecerica da Serra.

 

Ele precisa da ajuda de uma caixa para alcançar a pickup, que fica ao lado de dois carrinhos de brinquedo. Suas músicas prediletas são “I gotta feeling”, do Black Eyed Peas, e “Spring love”, de Stevie B – geralmente eles as coloca em sequência para ver a pista de dança “bombar”.
Com 7 anos de idade, cabelos encaracolados e olhos azuis, Vini Santana é o nome mais comentado da cena eletrônica atual. Com uma agenda que inclui dois shows por semana, o menino que é DJ há menos de um ano já tocou para 40 mil pessoas e hoje é responsável por abrir os shows de Luan Santana (o sobrenome é uma coincidência), fenômeno pop sertanejo do momento.
“Não consegui atingir em minha carreira o que ele conseguiu em menos de um ano”, ri o produtor de eventos Róbson Rodrigues, de 35 anos. O pai de Vini, que também é DJ, promove festas na região de Itapecerica da Serra, grande São Paulo, e colocou o garoto para se apresentar antes dele durante a última Festa do Peão de Boiadeiro da cidade, em julho. Era para ser apenas uma brincadeira...
“Em vez de 15 minutos ele tocou 40, durante dois dias seguidos! Ele sabe contar batida, mixar... Foi uma coisa que desenvolveu brincando comigo no carro”, comenta.
Vini é tímido, compenetrado e não esboça um sorriso enquanto toca. Apenas tira os olhos da mesa de som para pegar os CDs que seu pai lhe empresta para colocar no player CDJ. É que Vini não costuma lembrar o nome das músicas que toca – identifica-as como “a número 8 daquele CD”.

Vini ao lado dos pais, Claudia Almeida e Robson Rodrigues (Foto: Arquivo pessoal)

Aplicado, não gosta de faltar às aulas. Apenas uma amiga da escola sabe que ele é DJ, pois ele tem vergonha de contar aos amigos. Adora o desenho “Ben 10”, chutar bola na parede de casa e as matérias de ciências, história e geografia. Odeia matemática, algo curioso para quem faz com muita tranquilidade cálculos de cabeça na hora de acertar o compasso das faixas que toca.
“A música da esquerda precisa ter o mesmo número de bpm [batidas por minuto] da música da direita”, ensina à reportagem, enquanto usa termos como pitch (velocidade).
Vini se apresentou duas vezes no rodeio de Itapecerica. Nos bastidores, conheceu a dupla sertaneja Fernando & Sorocaba e o cantor Luan Santana, vindo daí o convite para abrir seus shows. “Minha prima ficou toda assanhada [ao conhecê-lo]", diz Vini, como a maior pureza do mundo.

Vini ao lado do sertanejo Luan Santana
(Foto: Arquivo pessoal)

Na última semana, ele se apresentou em Araras e Piracicaba, cidades do interior paulista. Seus pais não deixam que ele toque mais de duas vezes por semana, nem em cidades fora de São Paulo. “A prioridade é a escola, ele só deu esta entrevista após fazer a lição de casa. Ele tem convites para tocar até em Minas”, comenta Rodrigues, que não gosta de comentar o valor do cachê do filho.
“Ele não é fonte de renda, mas a gente cobra de R$ 800 a R$ 1 mil. Tenho noivas que tinham fechado comigo em janeiro e agora pedem para ele tocar. Eu deixei de ser interessante”, brinca. “Não posso assumir compromissos longos, ele é uma criança”, ressalta.
O dinheiro de Vini, segundo o pai, está sendo aplicado em uma poupança. Rodrigues diz que o filho quer ser produtor, então deseja matriculá-lo em um curso de música. “Mas eu quero comprar um PSP (PlayStation Portable) com o dinheiro”, diz Vini, mostrando que só é adulto mesmo na frente de uma pickup.

fonte : G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário